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Segue o testemunho da Irmã Angélica, que escreveu como parte da preparação para o baptismo, celebrado no dia 10 de Novembro, 2013. Obrigado por nos deixar publicar, Irmã!

 

 

O testemunho que ela partilhou no dia do baptismo pode ser ouvido aqui:

http://www.iebsac.org/wp-content/uploads/2013/11/WS500362.wma

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Testemunho Pessoal

O meu nome é Angélica e tive a felicidade de nascer num lar de pais cristãos, membros da Igreja Presbiteriana de Moçambique. Eles ensinaram-me e me incutiram valores cristãos tanto quanto uma criança pudesse entender.

A minha obrigação como filha de uma mãe missionária e de um pai evangelista era de dar exemplo perante as outras meninas da igreja, como tal, não podia brincar como as outras meninas, ditas, “do mundo”. Mas, nesta altura da minha vida ainda não tinha Jesus como meu salvador pessoal. Apenas seguia  a religião ensinada pelos meus pais.

Em Setembro de 1994, com os meus 13 anos, fiz a maior viagem da minha vida, e vim para Portugal. Aqui continuei os meus estudos e comecei a frequentar a Igreja Evangélica Baptista de S. António dos Cavaleiros (IEBSAC), onde fazia parte do grupo de adolescentes ministrado pela irmã Iolanda Melo. Com o seu ensino e apoio, reconheci a Jesus como meu Senhor e único Salvador.  Aprendi a viver com ele diariamente; aprendi a tê-lo como meu amigo e experimentei uma paz e conforto que já mais sentira antes.

Era de se esperar batizar-me, uma vez que tinha reconhecido e aceite Jesus como meu salvador mas, tal não aconteceu porque, de acordo com o ensino dos meus pais, já tinha sido batizada em bébe. Como eu estava a entrar na fase adulta, tinha consciência do que estava a fazer e na consequência de estar em Cristo, fiz a tradicional confissão de fé na Igreja Evangélica Presbiteriana e passei a ser membro dessa igreja. Embora sendo membro daquela igreja, não a frequentava com assiduidade; preferia estar na IEBSAC. Logo após a minha confirmação de fé, comecei a celebrar a santa ceia, pois a meu ver preenchia todos os requisitos para tal.

Mas infelizmente não deixei que a minha vida fosse apenas com Cristo e na fase de adolescência experimentei muitas coisas que o mundo nos oferece. Com mais ou menos 16 anos, comecei a namorar o que provocou discordâncias no seio familiar. Não sei se foi por causa desta decisão, mas nessa época comecei a ignorar por completo a presença de Espírito Santo na minha vida. Lia a bíblia por mera formalidade, orava por hábito, sentia-me cada vez mais afastada de Deus e cada vez que orava por algum assunto, sentia que as minhas orações não eram ouvidas. Com 22 anos conheci um jovem muçulmano, que viria a ser o pai do meu filho. Apesar dessa influência, sempre fui convicta de que Jesus era o Filho de Deus e o meu Salvador mas ao mesmo tempo sabia que estava a viver de um modo que não agradava a Deus.

Anos mais tarde, já depois da minha separação do pai do meu filho, tive uma conversa de aconselhamento espiritual com a irmã Rita, esposa do pastor Magnani. Ela aconselhou-me a voltar atrás até onde tinha deixado de dar ouvidos ao Espírito Santo e a sentir Deus longe de mim. Decidi fazer uma lista de todos os meus pecados, até aqueles que achava simples e pequenos. Comecei a pedir perdão a Deus, um a um, e a partir daí comecei a me sentir mais leve, como se alguém me estivesse aliviado de algo muito pesado nas minhas costas.

Em 2012, frequentei à classe de discipulado na IEBSAC. Ao abordarmos o significado do batismo e para quem ele é destinado, questionou-se o meu batismo infantil. Confesso que o assunto não me agradou muito porque até então achava que estava tudo bem comigo. Mas este pensamento de dúvida instalou-se em mim e por mais que orasse por este assunto não encontrava respostas para o meu caso. Eu fazia três perguntas a mim própria:

1. será que o meu batismo foi válido perante Deus?

2. Deverei eu ser batizada, após a conversão, como a Bíblia me ensina?

3. Estarei eu em condições de celebrar a santa ceia?

Até então, eu considerava-me batizada, mas apartir desta altura, achei que deveria deixar de participar na santa ceia, porque com estas dúvidas não me sentia bem em fazê-lo. No entanto continuava sem respostas acerca das duas primeiras questões.

Deus, como é Pai e Senhor dos nossos anseios, numa altura em que não estava a pensar no assunto, a minha mente e atenção estavam virados para o que estava acontecer num culto especial na nossa Igreja, o culto de celebração do baptismo das irmãs Cláudia, Miriam e Yara. Durante a pregação, o irmão Vitor perguntou à congregação: “Quem ainda se lembra do dia do seu batismo?”.

Foi então que Deus esclareceu as minhas dúvidas e respondeu às minhas perguntas. Eu tinha sido batizada, mas era bebé e não podia lembrar-me deste dia. Portanto, eu devia batizar-me, porque não o tinha feito após a minha conversão, conforme o meu entendimento atual do que a Bíblia ensina. Tinha passado muito tempo a meditar nos textos de Atos 8:26-40 e Romanos 6:4 e foram, principalmente estes, que me tinham convencido do ensino bíblico. Mas não posso deixar de mencionar o baptismo do próprio Jesus Cristo, que para além de ser um exemplo, foi um ato de grande humildade.

Assim, gostaria de declarar que sou um novo ser em Cristo, que quero andar com Cristo, só com Cristo, que Ele é a minha vida e que quero fazer a Sua vontade.  Como quero testemunhar publicamente desta realidade, pretendo ser baptizada nas águas, de livre vontade, no seio desta Igreja, que me tem acolhido ao longo de todos estes anos e me ajudado a crescer espiritualmente.

Angélica
21 Julho de 2013

dia do baptismo
Oração final no dia do baptismo

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